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11 dezembro 2011

procurando vem do verbo procurar

desde o primeiro suspiro, bem lá atrás na história, tenho a certeza de viver na incessante procura. o primeiro de muitos passos, a primeira de tantas palavras, o primeiro amor ingénuo, o primeiro de outros tantos desgostos, a primeira de muitas viagens, a primeira saída de todas. e fui seguindo, pé ante pé, para ver se gostava, para ver se era mesmo isto e se se fazia mesmo assim.
umas vezes por lá fiquei e, demorei-me, se me demorei.
outras, saí a correr, num susto, com medo de me perder para sempre, sem olhar para trás.
mas sempre, sem excepção, na procura.
e procurando lá fui avançando, umas vezes mais rápido que outras.
porque procurando vem do verbo procurar.
e procurar não é mais do que tentar descobrir o que se não tem, o que se não é, o que se não sabe. ainda.
o que ninguém nos diz é que podemos procurar tudo, até o amor, só não nos podemos procurar a nós mesmos sem esperar que doa. e se dói. e como dói.
o que ninguém me disse é que crescer é isto mesmo. com medo, sem medo, contigo, sozinha, para a frente, para os lados, depressa, devagar, mas é crescer.
e agora, neste mar violento de ondas altas, sinto-me como náufrago em ilha desconhecida.
neste minuto doloroso, neste quarto mais frio que o próprio frio, neste lugar mais solitário que a própria solidão, resta-me olhar desta janela em frente e esperar (virá de esperança?).
esperando, que vem do verbo esperar.
 e espero, na esperança de que amanhã seja um pouco mais quente. e a procura menos dolorosa. e que a coragem (virá de coração?) me encha o peito de força e, me arranque esta lança espetada.

procuro-me enfim, incessantemente, como no início.







a contradição de me ter procurado em ti e de me ter acabado por perder.

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