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11 março 2013

e eu sei lá o que é que ajuda.

já não sei se escrever ajuda.
mas continuo malabarista, a tentar equilibrar a vida pelo menos 10 minutos por dia.
e esta, é a minha tentativa de hoje.

já não sei se escrever ajuda. e já não sei sequer se alguma coisa ajudará. [hoje deu-me p'ra isto, pronto]
escrever não vai diminuir as contas da luz e do gás. nem os impostos. nem resolver a bancarrota do país. escrever não vai encontrar-Lhe um trabalho espectacular nem tão pouco pagar-nos um ordenado melhor.
nem sequer vai fazer com que vamos de férias ou possamos comprar-Lhe uns ténis que não Lhe magoem os pés. muito menos vai pagar-nos a dívida exorbitante do carro.
e nem dá para uma ida ao supermercado.

não sei, honestamente, se escrever ajuda.
mas sei que me lembra do essencial.
deste amor bonito, grandioso, de joelhos a tremer e coração a saltar pela boca no coreto de um jardim bonito, com a música nossa por companhia e o rio tejo a escorrer bochechas abaixo.
destes amigos bestiais e de todos eles, em dias de chuva e sol. e da B. e da C. e do ? que aí vem na barriguinha da R. todos eles sorridentes e com saúde.
o resto...
são muros altos com musgo escorregadio. difíceis de ultrapassar.
por enquanto.
há de chegar a primavera, o calor, o verão. o musgo há de secar e havemos de nos sentar lá em cima, com uma perna de cada lado, a ver a vista.
havemos de dançar junto ao rio e de saber que ali reside tudo quanto é preciso.
e havemos de pagar a dívida. e havemos, sobretudo, de sobreviver.

um dia de cada vez.
uma dança de cada vez.
de mãos dadas.


escrever acabou por ajudar.