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25 dezembro 2011

de tudo isto. de tudo um pouco.

Do equilíbrio. Dos malabares. Dos dedos e das palmas das mãos.
Do equilíbrio na ponta dos dedos.
Da família. Dos amigos. Dos outros todos.
Do amor. Da saudade. Da solidão, da multidão.
Dos problemas. Das soluções. Das gargalhadas. Da música bem alta. Da música ainda mais alta para contorcer o corpo e acordar os músculos. Dessa música para acordar a mente.
Do acordar de manhã e do adormecer à noite. Do adormecer de manhã e do acordar a meio da tarde.
De ti. De mim. E de nós. Deles, os outros. Daquele, daquela, do meu, do teu. Do que é deles e do que é nosso.
Do Natal. Do azeite e do bacalhau. Dos copos de vinho e dos tchim-tchins. Dos presentes. Das luzes. Da árvore. Do colesterol.
De mais um ano. Do ano passado. Do ano que vem.
Do azul. Do verde e do encarnado. De todas as cores. De todos os sentidos.
Do frio. Do calor. Dos sorrisos. Das tensões. Do costume. Dos corações. Dos pulmões. Dos reencontros. Das fragilidades. Das forças adormecidas. Da coragem. Da acção. Do pensamento. Da ilusão. Do desejo.
Do colo, do abraço. Do beijinho. Do beijo. Do adeus. Do até já.
Dela tão pequenina. De nós já tão crescidos.
De mim aqui. De ti aí. De nós lá atrás. De mim lá ao fundo.
Da vida. Do dia especial. Das nossas vidas. E dos nossos dias especiais.
De todos os dias especiais. De todos os dias das nossas vidas.

24 dezembro 2011

um natal diferente

este ano o natal é ligeiramente diferente. contradiz-se mais.
tem uma pessoa a mais e uma pessoa a menos.
é mais alegre e ao mesmo tempo tão melancólico.
tem uma cadeira a mais e uma cadeira vazia.
tem uma família maior e uma família a menos.
tem o coração mais leve e no entanto, tão apertado.
é o natal do costume e, é o primeiro natal de tantos.
tem a casa cheia e a noite pesadamente vazia.
as mãos dadas e os corações distantes.
os sorrisos no rosto e as lágrimas no peito.
tem reencontro. mas tem saudades.

é um natal "ligeiramente" diferente.
contradiz-se mais.

.feliz natal.
onde quer que estejas.

19 dezembro 2011

gosto

gosto de dias de sol. como o de hoje.
gosto de dias de sol em dias de frio. como hoje.
gosto de passear pela cidade e descobrir a Lisboa dos poetas e das canções. a Lisboa que trago no bolso. aquela que há muito não via. como vi hoje.
gosto de capuccinos. como aquele que bebi hoje.
gosto de começar um novo livro. como o que comecei hoje.
gosto de dançar ao som de música ali à frente. como dancei hoje no concerto.
gosto de reencontrar bons amigos. como reencontrei hoje.
gosto de me rir sem parar. como ri há pouco.
gosto de regressar a casa. como regressei há um bocado.
gosto de dias assim. como o de hoje.

inteirinho do início ao fim.

11 dezembro 2011

procurando vem do verbo procurar

desde o primeiro suspiro, bem lá atrás na história, tenho a certeza de viver na incessante procura. o primeiro de muitos passos, a primeira de tantas palavras, o primeiro amor ingénuo, o primeiro de outros tantos desgostos, a primeira de muitas viagens, a primeira saída de todas. e fui seguindo, pé ante pé, para ver se gostava, para ver se era mesmo isto e se se fazia mesmo assim.
umas vezes por lá fiquei e, demorei-me, se me demorei.
outras, saí a correr, num susto, com medo de me perder para sempre, sem olhar para trás.
mas sempre, sem excepção, na procura.
e procurando lá fui avançando, umas vezes mais rápido que outras.
porque procurando vem do verbo procurar.
e procurar não é mais do que tentar descobrir o que se não tem, o que se não é, o que se não sabe. ainda.
o que ninguém nos diz é que podemos procurar tudo, até o amor, só não nos podemos procurar a nós mesmos sem esperar que doa. e se dói. e como dói.
o que ninguém me disse é que crescer é isto mesmo. com medo, sem medo, contigo, sozinha, para a frente, para os lados, depressa, devagar, mas é crescer.
e agora, neste mar violento de ondas altas, sinto-me como náufrago em ilha desconhecida.
neste minuto doloroso, neste quarto mais frio que o próprio frio, neste lugar mais solitário que a própria solidão, resta-me olhar desta janela em frente e esperar (virá de esperança?).
esperando, que vem do verbo esperar.
 e espero, na esperança de que amanhã seja um pouco mais quente. e a procura menos dolorosa. e que a coragem (virá de coração?) me encha o peito de força e, me arranque esta lança espetada.

procuro-me enfim, incessantemente, como no início.







a contradição de me ter procurado em ti e de me ter acabado por perder.

breu

o azul escuro é o lugar mais sozinho do mundo. o preto, é onde está toda a solidão.

05 dezembro 2011

e sentir-me assim é basicamente


horrível.