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31 dezembro 2013

ano novo

não me lixem.
a mudança do ano não muda a vida. e a vida não muda com a mudança do ano.
é só a vulgar passagem de um minuto para o outro.
59...01. já está.
o que muda a vida são aqueles momentos que ficam gravados para sempre debaixo da pele. aqueles que duram mais do que um minuto, mesmo que apenas de um minuto se tratem.
o primeiro beijo. uma reconciliação. a perda irrevogável de alguém que amas. uma vida nova. o momento em que te dizem que conseguiste o emprego dos teus sonhos. o jackpot no euromilhões. um pôr-do-sol de verão e um abraço quente.
um amor à primeira vista. um adeus para sempre. uma revolução ganha pelo povo nas ruas a cantar a pulmões cheios. aquele concerto no coliseu. um reencontro.

e no resto do tempo... que saibamos apreciar o essencial.
eu aqui.
vocês desse lado-estranho.

e o céu que chora desde que começou o dia.

25 dezembro 2013

...por onde andam, vocês?
...
onde estão, que não vos encontro?




guardo-vos. sempre.

23 dezembro 2013

espírito de natal

nunca percebi muito bem as pessoas que, ao chegar o natal, e tendo passado por algum momento menos bom nas suas vidas recentemente - ou não - se deixavam abater por um desânimo acabrunhado.
uma depressão que as impedia de apreciar esta "época tão bonita e alegre". que as tornava feias. que as tornava tristes.
nunca entendi porque, de um momento para o outro, tinham deixado de gostar do natal e da companhia dos outros. das crianças a rasgar papel de embrulho, das luzes foleiras, das filhozes, e acima de tudo,
das músicas de natal.
porque é que, apesar de tudo, não conseguiam passar por cima do que acontecera. nem que por breves instantes.
nunca percebi.

até que o ano de hoje chegou e se prantou com a fúria de um tornado diante de mim, olhando-me de frente, ameaçador.

e as músicas começaram a tocar, como de costume. como sempre. sabe-las de cor. essas músicas que me inundam os ouvidos de memórias - só memórias - como um achincalhar de coração, como que a dizer-me que a vida não pára, que segue em frente, voraz e incontrolável e que não haverá nunca mais nenhum natal como aqueles.
os das músicas. os das memórias.
da lareira, dos embrulhos dele, das filhozes de abóbora dela, do pão no forno a lenha, de nós.
que, enquanto finjo estar tudo bem, como sempre e como dantes, num esforço sobre-humano e em grupo, ele há de estar sozinho num quarto de uma casa que não é a dele, alheio ao mundo e a tudo, num voo alto e para cada vez mais longe. e ela, sozinha na cama de um qualquer quarto de hospital, consciente de que dia é e de tudo o que se passa, da queda a pique e da velocidade da luz que leva a vida.

e pela primeira vez, percebo.
bem fundo, como um tridente constante na garganta e um rufar de tambores no peito, entendo finalmente o que é sentir tanto-tanto, que não cabe em palavras nem se mede em palmos. e cresce a azia. e afundo-me em lágrimas. e contenho soluços a cada minuto.

e agora já sei o que é querer só que este dia passe. que se arrumem os enfeites. que se acabem os restos, que se cale a música. essa infernal música que promete aquilo que não pode cumprir.

e compreendo, profunda e dolorosamente, como fui egoísta até agora.



este ano, sou eu que não sei celebrar o natal.







19 novembro 2013

gosto-vos tanto.

e sim, é mesmo assim que quero começar. afinal, a isto tudo se resume.

gosto-vos tanto, e com tanta força que é quase violento visitar-vos agora. um murro no abdómen de cada vez que vos encontro, cada vez que vos deixo.
vocês, tão infinitamente bonitos, tão profundamente importantes.
costumavam ter tanta força, vocês. costumavam segurar-me pela mão, tomar conta de mim, guardar-me. ensinaram-me a vida, o mundo, as contas, as histórias, as recordações, o tempo. vocês.
tu e ele. ele que vive num mundo quase paralelo, em esforço para se manter à tona. ele, tão mimoso, tão espirituoso, como sempre. e apesar de tanto e de tudo, ainda ele.
tu que te seguras ao meu braço para não cair com essa mão frágil que um dia me ensinou a ralar casca de laranja para "dar gostinho ao bolo".

queria tudo
queria tanto

e nada posso, senão visitar-vos e a cada dia convencer-me de que estão melhor, de que não havia outra solução.
não chores, avó.
por favor.

gosto-vos tanto.



04 novembro 2013


como regressar a casa.
respira fundo.
estás quase lá.










21 outubro 2013

há dias tramados.
momentos, para dizer a verdade - que o dia foi muito bom.
um conjuntura espacial e extraterrestre qualquer faz com que tudo, no espaço de apenas 1 hora, o que podia correr menos bem, assim o seja.
suponho que não controlamos o que sentimos e que há também momentos em que vomitar aquilo que nos faz mal é a solução. mas, acérrima defensora do think twice, que é como quem diz do pensa-melhor-antes-de-falares, fico lixada.
lixada que não saibam ter comigo o mesmo cuidado que em horas idas tive. porque há coisas que se podem dizer de todas as formas, menos dessa.
o impulso é um gajo tramado.
calculo que o erro - numa espécie de confirmação da razão alheia - seja de facto meu, que por não estar habituada a ser honesta, não sei lidar com a frontalidade dos demais.
porque não aprendes a dizer o que sentes?
e ficam as palavras penduradas, à espera que alguém as arrume. e se ninguém lhes pegar, mais tarde ou mais cedo das duas uma: ou caiem e são esquecidas ou ganham vincos e ficam assim para sempre.

16 outubro 2013

cantar amor

regressar ao alfabeto. procurar letras que juntas, formarão palavras, significados. contarão mundos e dirão amor.
regressar, enfim, ao que sempre lá esteve para dizer o que nem sempre se ousa.
o toque leve da ponta dos dedos para não fazer barulho, para não te acordar. imagino que antigamente seria mais fácil.
a sobreposição de acontecimentos que, uns nos outros, encerram em si os dias, os meses, todo o tempo em que estivemos ao longe. que é como quem diz de lá a olhar para cá.
observar-te é poesia. encantada por essa voz, fecho os olhos e aprendo. é assim que se faz, vês.
é assim que se canta a vida e se dança amor. serão assim as manhãs ao teu lado. os olhos brilhantes, de menina-mulher no balanço de um vento suave, quase-brisa, ao calor de uma luz amena, quase-sol.
se me perguntassem, diria que és um Fá.
frames separados de uma mesma fita. o filme da minha vida.
hei de conseguir contar ao mundo todo de que é que somos feitos.

[escrever enquanto sereno, dormes ao meu lado. ]


04 julho 2013

.

há pessoas que só merecem que as mandemos à merda.

02 julho 2013

sabes lá.

ah caramba.
que podes ter o dinheiro. o dinheiro todo do mundo. o meu e o dos outros todos.
podes ser o dono, o senhor director, o doutor.
podes ter o meu futuro enjaulado numa mão e o meu contrato de trabalho em branco na outra.
podes fazer o que quiseres. mandar, desmandar, decidir, podes até ser o maior filho da p*ta ao cimo da terra.
o que quiseres.
faz o que quiseres.

que nunca, nunca terás propriedade sobre a minha felicidade. essa, estará sempre trancada cá dentro, com acesso reservado a quem eu quiser. nessa, mando eu.
que nunca, nunca saberás o que é ser feliz assim, a sério. com tudo a que se tem direito.
que nunca, nunca sentirás a água daquele rio - naquela montanha - a purificar-te o corpo e a alma nem tão pouco saberás o que se sente quando se dança assim, ali e com eles todos.

sabes lá o que é ser feliz, tu.


20 junho 2013

é possível controlar o que se sente?
é possível controlar o que se sente e consequentemente, o que se faz?
a pergunta eterna.
viver com ela durante quase 3 décadas, é carregar uma mochila pesada aos ombros [talvez daí as dores].

primeiro, há que perguntar porque precisas da resposta.
porque precisas de controlar o que sentes?
porque precisas de controlar o que sentes e consequentemente, o que fazes?
será que te procuras encaixar numa determinada imagem? e porque será que para ti, tudo tem de estar arrumado no devido lugar? a desarrumação tira-me do sério, dizes.
expectations, expectations. o costume.
o que os outros esperam de ti. o que tu esperas dos outros. o que pensas que os outros esperam de ti.
[era quebrá-las a todas, uma a uma. parti-las contra o chão e pô-las no lixo, essas parvas.]
todas as coisas do mundo ocupam um lugar próprio. uma vez fora dele, deixa de ser possível justificá-las, reconhecê-las. é por isso necessário que estejam sempre arrumadas. para que as possamos ver com clareza e delas usufruir, segundo os princípios do livre arbítrio e não da arbitrariedade.

e neste momento, está tudo achincalhado, desarrumado, desalinhado, fora de sítio e de lugar. cá dentro, bem fundo, onde só eu sinto e só tu sabes.
cá dentro, onde te queria dizer melhor, onde me queria saber mais.

preciso de controlar o que sinto.
preciso de controlar o que sinto para consequentemente, parar de me sentir assim.



18 junho 2013

o liceu

e a vida parecia-nos eterna naqueles tempos. dias controversos, de descoberta, de procuras, de ânsias, dias cheios-quase-vazios, dias de tudo e de quase-nada. 
passou já uma década. dez anos mais 1 ou 2. onze ou doze anos nos separam daquelas tardes na relva em frente à sala de aula, por entre cigarros, testes, conversas e o toque da campainha. o mundo inteiro à nossa frente e todas as esperanças que nele cabem. 
tantos os sonhos, tantos os desejos. 

tantos anos depois, quem somos afinal e onde fomos parar? [será que parámos, ou continuamos caminho com esperanças, sonhos e desejos diferentes?]
e eu, 
que já tenho cabelos brancos.

19 maio 2013

a vida fica em suspenso sempre que não estamos juntos.

até já, meu amor.

*

18 maio 2013

expectativas

não sabemos falar uma com a outra.
falhamos redondamente naquilo que era suposto fazermos melhor. afinal somos ambas mulheres, deveríamos saber entender-nos.
se calhar é precisamente por falarmos a mesma linguagem que não nos entendemos. não basta falar o mesmo, é preciso viver no mesmo lugar. e nós, vivemos lá longe, em montanhas distantes que se olham sobranceiramente por entre dias de sol e dias de nuvens. partilhamos o mesmo chão e no entanto, existe entre nós uma fronteira quase intransponível, invisível, que nos mantém separadas. não dos outros, mas uma da outra.
mas vamos tentando. ou se calhar tu já desististe - ou nem tentaste - mas eu vou prosseguindo, no desejo de que me vejas. me reconheças de olhos fechados.
e o tempo passa. os dias, os anos.
eu na expectativa e tu desse lado, intransponível como casulo. 
não me sabes. não me vês. e afinal, não sabes quem sou. imaginas para mim mundos que não são o meu e resistes, persistes, sofres.
eu afinal, que sou tão igual a ti aos olhos de quase todos, não poderia ser mais diferente em tudo o resto. 
e resisto, persisto, sofro.
quero da vida uma coisa diferente. estou determinada em ser-me fiel e em fazer dos dias recordações luminosas. decidi ser outra coisa e descobri-me lá pelo meio. 
já viste que bonito?
e de rajada te digo o que sinto, o que penso. e de rajada te vejo cair escarpa abaixo, de rosto ensopado, como se de tempestade se tratasse. 
dizes que não podes forjar o que sentes. e tens razão. como sempre tiveste. mas eu também já não posso  fingir que sou essa, a outra que criámos ambas, aquela que não te diz o que precisa com medo de estragar o que é sempre tão frágil. 
acredito que há momentos que não nos pertencem. são dos outros, os que acabaram de conquistar uma medalha. e acredito que mesmo que os 100m barreira importem tanto como um saco de batatas, devemos reconhecer o que está em redor e celebrar como se fôssemos nós no pódio. mesmo que depois disso a vida siga igual. e é isso. é exactamente isso que me incomoda. porque é que é para ti tão indiferente aquilo que me faz feliz, mesmo que apenas de um papel se trate?
mas nós não sabemos falar uma com a outra.
e havemos de eternamente falhar redondamente naquilo que era suposto fazermos melhor. 
regressemos, pois, à existência banal dos jantares, das compras de supermercado, da conversa leve e dos dias sem problemas que tão bem sabemos navegar. onde eu existo deste lado e tu desse. em países diferentes. e onde não é preciso que nos reconheçamos de olhos fechados.
afinal, serei sempre a tua filha mais nova.




13 maio 2013

"não sei pintar amor sem ser da cor que enche tudo"

há dias em que tens de parar tudo, olhar em redor e absorver bem o que te está a acontecer. podem até ser dias feitos de coisas simples, mas são dias para relembrar, para dar valor.
acordar contigo nos meus braços, enquanto te aperto contra mim e sinto na pele do pescoço a tua respiração.
uma manhã simples, em que recebes a resposta que ansiavas e os nossos peitos se libertam e começam a respirar melhor. uma luz ao fundo. lágrimas grossas que não conténs, bochecha a baixo.
e ela, tão crescida todos os dias, a brincar no tapete, a inventar mundos a cada minuto e a ensinar-nos que a vida é tão bonita e está escondida nas coisas mais insignificantes. como o trautear de uma canção.
hoje é um dia para parar tudo. olhar em redor e absorver bem o que nos está a acontecer.

25 abril 2013

a felicidade alheia é uma coisa que assusta de morte os miseráveis. os infelizes.
ofende-os. maltrata-os.
como se lhe mostrasse onde jamais chegarão.


15 abril 2013

enamoramento e amor

viver-se enamorado das coisas e dos dias é viver-se num estado de quase-dormência, em que se levita de um minuto para o outro numa dança orgânica e bonita entre as horas e o que se sente cá dentro.
viver-se assim, enamorado e apaixonado, de coração a transbordar e sorriso a rebentar, é também dares-te conta de que só podes ser a pessoa mais sortuda.
e não, isto não é uma coisa dos primeiros dois meses. este é um estado que te acompanha há mais de um ano, que vive contigo diariamente e não deixa de te surpreender a cada dia, nas coisas mais simples e mundanas.
é foleiro falar de amor. é lamechas, é o que se quiser. 
mas aqui quem manda sou eu e fá-lo-ei sempre que me der na telha, sempre que estiver assim, de coração a rebentar pelas costuras.
e hoje é segunda-feira. e ainda agora a semana mais atarefada de trabalho do mês começou e eu já estou assim, de sorriso em riste.
é o sol?
também. mas essencialmente, é este Homem grandioso que irradia luz por onde quer que passe, este Homem que faz de um dia banal um dia inesquecível.
viver-se enamorado assim, é ter a melhor vida do mundo. 
e estou-me nas tintas se não tenho dinheiro, se estou cheia de trabalho, se hoje é segunda-feira.



12 abril 2013

quando for grande

quando for grande quero dar a volta ao mundo.
subir aos himalaias e tomar banho no pacífico.
encher um frasquinho com areia do sahara e descansar na ponte do rio kwai.
ler um livro no central park e beber um chocolate quente em frente ao louvre uma vez por ano.
quando for grande quero viajar. viajar. viajar.
quero tocar saber tocar um instrumento e ler uma pauta de música.
quando for grande, não quero um ordenado chorudo mas um porco-mealheiro.
quando for grande, quero esticar a língua à chuva e dançar de galochas. e sair com o sorriso de baixo do braço em dias de sol.
quando for grande, espero continuar assim feliz de cada vez que ponho a chave à porta para entrar em casa. com tanta saúde como uma alface vistosa.
contigo. com elas. com os outros todos e mais quem quiser aparecer.

vens comigo?

11 março 2013

e eu sei lá o que é que ajuda.

já não sei se escrever ajuda.
mas continuo malabarista, a tentar equilibrar a vida pelo menos 10 minutos por dia.
e esta, é a minha tentativa de hoje.

já não sei se escrever ajuda. e já não sei sequer se alguma coisa ajudará. [hoje deu-me p'ra isto, pronto]
escrever não vai diminuir as contas da luz e do gás. nem os impostos. nem resolver a bancarrota do país. escrever não vai encontrar-Lhe um trabalho espectacular nem tão pouco pagar-nos um ordenado melhor.
nem sequer vai fazer com que vamos de férias ou possamos comprar-Lhe uns ténis que não Lhe magoem os pés. muito menos vai pagar-nos a dívida exorbitante do carro.
e nem dá para uma ida ao supermercado.

não sei, honestamente, se escrever ajuda.
mas sei que me lembra do essencial.
deste amor bonito, grandioso, de joelhos a tremer e coração a saltar pela boca no coreto de um jardim bonito, com a música nossa por companhia e o rio tejo a escorrer bochechas abaixo.
destes amigos bestiais e de todos eles, em dias de chuva e sol. e da B. e da C. e do ? que aí vem na barriguinha da R. todos eles sorridentes e com saúde.
o resto...
são muros altos com musgo escorregadio. difíceis de ultrapassar.
por enquanto.
há de chegar a primavera, o calor, o verão. o musgo há de secar e havemos de nos sentar lá em cima, com uma perna de cada lado, a ver a vista.
havemos de dançar junto ao rio e de saber que ali reside tudo quanto é preciso.
e havemos de pagar a dívida. e havemos, sobretudo, de sobreviver.

um dia de cada vez.
uma dança de cada vez.
de mãos dadas.


escrever acabou por ajudar.


22 fevereiro 2013

dizes que já não falo do nosso amor.
mas o nosso amor fala por si.


25 janeiro 2013

e eu que pensava já dominar a técnica...

de repente, de rompante, sem pedir licença nem autorização, enche-se o coração de amor, guardando lugar para mais um.
como no dia 15 de janeiro de 2011.
guardo agora também o dia 23 de janeiro de 2013.

e um sorriso largo, e um par de braços abertos à tua espera,
e um coração a transbordar.

boa viagem...bebé.


da tia malabarista.

dedicado à minha irmã de sempre, prestes a dar a volta ao mundo.

21 janeiro 2013

saudade.

do latim solitāte, «solidão», diz o dicionário que saudade é o  sentimento melancólico causado pela ausência ou pelo desaparecimento de pessoas ou coisas a que se estava afectivamente ligado, pelo afastamento de um lugar ou de uma época, ou pela privação de experiências agradáveis vividas anteriormente. 
e que "morrer de saudades" significa sentir muita falta de tudo isso.
calculo que padecer de saudades é uma condição universal, intemporal, que ultrapassa gerações, séculos, ultrapassa a própria história. 
do que concluo que sou, portanto, uma miúda normal. 
padeço de saudades. e sofro com elas. e dou comigo a ter saudades de quase tudo. até mesmo da manhã de há um bocado. 
saudades dos baloiços do jardim infantil: o foguetão, o balancé, o escorrega que me queimava as pernas em dias de sol. 
da avó Isaura.
do tio Manel.
dos verões de Legos na varanda e gincanas para as bicicletas, de joelhos esfolados na gravilha em frente ao portão.
do caminho para o liceu com os Oasis por companhia. os segredos envergonhados nas rampas para a sala de aula. 
do cheiro a bolo de iogurte na casa dos avós.
das férias os quatro apertados num Fiat Uno, Pirinéus acima, País Basco abaixo. 
da Lagoa de Santo André. 
de carradas de amigos bonitos. 
do primeiro Festival Músicas do Mundo. 
da Expo 98, e do ano de 2006.
do dia em que te conheci. do tempo que se seguiu. daquele baile. aquele concerto. 
do último verão. da Arrifana e do Meco.
da Concha, lá tão para sul. 
das mensagens no telemóvel a meio do trabalho e o coração a querer sair do peito.
do amanhecer dos últimos meses, de hoje.

caramba, sou uma miúda saudosista.
e nem por isso menos feliz.

a ciência? viver tudo ao milímetro. de coração escancarado ao mundo.