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24 julho 2014

num banco à sombra. a cidade lá fora.

fui visitar-te.
sem planear, de rompante. 6 exactos meses depois, alguma coisa - estou para adivinhar o quê - se apoderou das minhas mãos, até da minha vontade, e me guiou até ti. [uso propositado do verbo guiar ao invés de conduzir. explicação propositada. do nosso apelido. Guia]
tinha as flores do meu casamento, no passado fim-de-semana, comigo no carro. tirei uma rosa e levei-a comigo. na mão.
silêncio fundo. silêncio abafador. silêncio-calma.
palavras e palavras e mais palavras de amor em todas as direcções. filhos, noras, genros, sobrinhos, irmãos, maridos, todos com saudades.
continuei a andar. lembro-me que era lá bem ao fundo.

6 exactos meses depois e és um número espetado na terra. um estúpido número que te reduz a quase-nada. o coração a rebentar. um miserável número que não chega perto sequer de tudo e tanto que eras. és. serás sempre.
toma, uma rosa do meu casamento. trouxe-te uma recordação de um dia feliz onde fizeste falta.
ali à sombra há um banco. sento-me.

boa tarde. a menina veio visitar ali aquele número?
sim. o meu Avô. 

senta-se ao meu lado. que conhece a minha mãe, foi directora de turma do filho. viu-a cá uma vez e decorou o local. nunca mais cá tinha visto ninguém. ai são parecidas, pois são. 
que isto é um trabalho duro para quem não está habituado, hoje ainda tenho mais um. que depois uma pessoa habitua-se. e o filho, que está na covilhã. engenharia informática, se deus quiser há-de ter emprego. já dá aulas. e que tem um carro novo. era para mim, sabe. mas ele merecia mais...
isto a vida está difícil. as pessoas não têm tempo. alguns vêm cá todos os dias.

e eu que só queria 15 minutos de silêncio. sozinha contigo outra vez. a cidade lá fora.

e apercebo-me.
vim visitar-te e acabei por ficar todo o tempo num banco de madeira à sombra a conversar com um desconhecido que me contou um montão de histórias.
exactamente como tu farias. tal e qual. sem tirar nem pôr.
e apercebo-me. que vim conversar contigo. e que foi contigo que conversei.

enrolo um cigarro e baixo os óculos escuros da cabeça, para que não me veja os olhos. encharcados.
como se chama? aperto de mão. obrigada pela companhia. hei-de regressar. 
ora essa, eu estou cá todos os dias. boa tarde! e um beijinho à sua mãe.




20 julho 2014

e foi o dia mais-que-perfeito.
praia, calor, mojitos e caipirinhas na areia. raquetes, baldes e bolas de praia.
amigos, família, amigos-família, uma grande família de amigos.
sorrisos, gargalhadas, votos de muita felicidade, energia boa a rodos.
[só faltaram as bolas de berlim.]
bailarico, a scotttishe dos noivos, a valsa dos noivos, a mazurka dos noivos. agora dança com a sogra, agora danço com o pai. olha para a câmara. e agora dançamos todos.
vem aí uma onda, mergulha.

e ele, sempre tão bonito, na imensidão do seu coração onde parece caber o mundo inteiro e mesmo assim dá sempre para mais.

nós todos, no dia mais bonito das nossas vidas. e a poder partilhá-lo com todos vocês.
somos sortudos. vivemos vidas luminosas.




15 julho 2014

19 de julho de 2014

diz que vai estar mau tempo. que chove. muitas nuvens, o dia todo. pode até trovejar.
estamos em julho. e tem estado um calor que não se pode.
esperas por este dia há 30 anos e vai chover. tudo o que querias era um dia descontraído com o que mais gostas: ele, praia, pessoas do coração, bolas de berlim, raquetes e castelos de areia. mas o sacana do tempo quer que chova.
ainda por cima o avô não vai estar cá para ver.
pensas: e agora?


... e agora aceitas que há coisas que estão fora do teu controlo e que o mais importante de tudo, o mais importante mesmo, é que vais dizer em frente ao teu mundo todo que queres passar o resto da tua vida a acordar ao lado dele. o mais importante de tudo, o mais importante mesmo, é que vais casar-te com o Homem mais bonito que alguma vez conhecerás e que vais poder partilhar esse dia com todas as pessoas que te preenchem o coração. seja lá como for, seja lá onde for.