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19 maio 2013

a vida fica em suspenso sempre que não estamos juntos.

até já, meu amor.

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18 maio 2013

expectativas

não sabemos falar uma com a outra.
falhamos redondamente naquilo que era suposto fazermos melhor. afinal somos ambas mulheres, deveríamos saber entender-nos.
se calhar é precisamente por falarmos a mesma linguagem que não nos entendemos. não basta falar o mesmo, é preciso viver no mesmo lugar. e nós, vivemos lá longe, em montanhas distantes que se olham sobranceiramente por entre dias de sol e dias de nuvens. partilhamos o mesmo chão e no entanto, existe entre nós uma fronteira quase intransponível, invisível, que nos mantém separadas. não dos outros, mas uma da outra.
mas vamos tentando. ou se calhar tu já desististe - ou nem tentaste - mas eu vou prosseguindo, no desejo de que me vejas. me reconheças de olhos fechados.
e o tempo passa. os dias, os anos.
eu na expectativa e tu desse lado, intransponível como casulo. 
não me sabes. não me vês. e afinal, não sabes quem sou. imaginas para mim mundos que não são o meu e resistes, persistes, sofres.
eu afinal, que sou tão igual a ti aos olhos de quase todos, não poderia ser mais diferente em tudo o resto. 
e resisto, persisto, sofro.
quero da vida uma coisa diferente. estou determinada em ser-me fiel e em fazer dos dias recordações luminosas. decidi ser outra coisa e descobri-me lá pelo meio. 
já viste que bonito?
e de rajada te digo o que sinto, o que penso. e de rajada te vejo cair escarpa abaixo, de rosto ensopado, como se de tempestade se tratasse. 
dizes que não podes forjar o que sentes. e tens razão. como sempre tiveste. mas eu também já não posso  fingir que sou essa, a outra que criámos ambas, aquela que não te diz o que precisa com medo de estragar o que é sempre tão frágil. 
acredito que há momentos que não nos pertencem. são dos outros, os que acabaram de conquistar uma medalha. e acredito que mesmo que os 100m barreira importem tanto como um saco de batatas, devemos reconhecer o que está em redor e celebrar como se fôssemos nós no pódio. mesmo que depois disso a vida siga igual. e é isso. é exactamente isso que me incomoda. porque é que é para ti tão indiferente aquilo que me faz feliz, mesmo que apenas de um papel se trate?
mas nós não sabemos falar uma com a outra.
e havemos de eternamente falhar redondamente naquilo que era suposto fazermos melhor. 
regressemos, pois, à existência banal dos jantares, das compras de supermercado, da conversa leve e dos dias sem problemas que tão bem sabemos navegar. onde eu existo deste lado e tu desse. em países diferentes. e onde não é preciso que nos reconheçamos de olhos fechados.
afinal, serei sempre a tua filha mais nova.




13 maio 2013

"não sei pintar amor sem ser da cor que enche tudo"

há dias em que tens de parar tudo, olhar em redor e absorver bem o que te está a acontecer. podem até ser dias feitos de coisas simples, mas são dias para relembrar, para dar valor.
acordar contigo nos meus braços, enquanto te aperto contra mim e sinto na pele do pescoço a tua respiração.
uma manhã simples, em que recebes a resposta que ansiavas e os nossos peitos se libertam e começam a respirar melhor. uma luz ao fundo. lágrimas grossas que não conténs, bochecha a baixo.
e ela, tão crescida todos os dias, a brincar no tapete, a inventar mundos a cada minuto e a ensinar-nos que a vida é tão bonita e está escondida nas coisas mais insignificantes. como o trautear de uma canção.
hoje é um dia para parar tudo. olhar em redor e absorver bem o que nos está a acontecer.