expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

17 fevereiro 2012

os meus dentes chumbados

diz o provérbio que "quem feio ama, bonito lhe parece".
assim de um minuto que salta para o seguinte, tudo o que te compõe, bonito ou feio, bom ou mau, virtudes ou defeitos, parece coberto de deslumbre.
deixam de importar o remoinho na testa, o nariz torto e bicudo, a barriguinha desajeitada, a celulite, a voz desafinada, aquele sinal, o cabelo difícil de pentear, os pés tortos e os joelhos para dentro, as unhas roídas, o mau feitio matinal, o mau feitio diário, o ressonar, a tampa da sanita para cima, as cascas de tanjerina em cima da mesa, as meias no chão, o sal a mais na comida e as gargalhadas estridentes, que interrompem meio mundo. até os dentes chumbados passam a ter encanto.
porque muito para além da capa, o livro inteiro é que importa. o que conta, o que te diz, o que descreve, como começa, como se desenvolve, como acaba e como te toca.
e devagar, ou depressa demais, passam-se página a página na urgência de saber o que se segue.
o amor é uma espécie de matemática: ou se domina, ou se fica encurralado para sempre.

e logo eu, que nunca soube fazer uma conta de dividir.

1 comentário:

Rita disse...

mas um dia destes, eu tiro-me dos meus cuidados, e ensino-te.
está prometido.