e que "morrer de saudades" significa sentir muita falta de tudo isso.
calculo que padecer de saudades é uma condição universal, intemporal, que ultrapassa gerações, séculos, ultrapassa a própria história.
do que concluo que sou, portanto, uma miúda normal.
padeço de saudades. e sofro com elas. e dou comigo a ter saudades de quase tudo. até mesmo da manhã de há um bocado.
saudades dos baloiços do jardim infantil: o foguetão, o balancé, o escorrega que me queimava as pernas em dias de sol.
da avó Isaura.
do tio Manel.
dos verões de Legos na varanda e gincanas para as bicicletas, de joelhos esfolados na gravilha em frente ao portão.
do caminho para o liceu com os Oasis por companhia. os segredos envergonhados nas rampas para a sala de aula.
do cheiro a bolo de iogurte na casa dos avós.
das férias os quatro apertados num Fiat Uno, Pirinéus acima, País Basco abaixo.
da Lagoa de Santo André.
de carradas de amigos bonitos.
do primeiro Festival Músicas do Mundo.
da Expo 98, e do ano de 2006.
do dia em que te conheci. do tempo que se seguiu. daquele baile. aquele concerto.
do último verão. da Arrifana e do Meco.
da Concha, lá tão para sul.
das mensagens no telemóvel a meio do trabalho e o coração a querer sair do peito.
do amanhecer dos últimos meses, de hoje.
caramba, sou uma miúda saudosista.
e nem por isso menos feliz.
a ciência? viver tudo ao milímetro. de coração escancarado ao mundo.
1 comentário:
Tu és TÃO bonita!
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