expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

21 maio 2014

a leveza dos 30

não sou de noitadas. não sou de festas, bebedeiras, música alta e excessos. não sou de festivais de verão, de super bock na mão e de concertos de rock alternativo.
também não sou de exposições de arte contemporânea, inaugurações de galerias ou de arte performativa. sou de teatro inteligente e de cinema francês.
estou k.o. às 03h da manhã e durmo até ao meio-dia.
não sou da latest trend in fashion, nem hipster, nem hippie-chick. sou de saias coloridas, de sapatos confortáveis e de franjas enviesadas.
não estou na moda.
não sou fixe.
não vivi lá fora, nem tive fuck-buddies.
sou provavelmente, aos teus olhos, uma lame-do-mais-boring-que-há.
gosto de concertinas e o som do violoncelo emociona-me. estou apaixonada pela minha casa e o que gosto mesmo é daquelas noites livres no sofá, por entre lãs, agulhas e mantas de crochet.
gosto de vinho tinto na companhia de amigos e uma boa conversa noite dentro. talvez uma ginja e um cigarro.
gosto de dançar a valsa.
e às quartas-feiras janto na casa dos meus pais.
pior que tudo, afinal diz que sou uma antiquada. vou casar-me. com ele. o ser mais luminoso que já conheci. e, guess what? também não está na moda. também não é de noitadas nem de rock alternativo. é a medida exacta de tudo o que eu sou.
aquilo que nos interessa mesmo? rir. rir muito. às gargalhadas, alto e todos os dias. por tudo e por nada.
e te garanto, somos exímios a consegui-lo. um espirro. um encontrão. qualquer razão é boa.
sou lame.
sou uma seca.
antiquada, fora de moda, velha.
mas sou tão, mas tão feliz assim.

1 comentário:

Rita disse...

és tão isso tudo.
tão bolinhas. tão pandinha. tão menina luminosa que vive e dança na casa luminosa com um rapaz de luz. que dança pela rua fora quando quer e que me ensinou que é preciso muito mais do que ter dois pés esquerdos para não se saber dançar.
és feliz por não ser trendy, nem hipster nem miúda da moda. és feliz e fazes feliz quem te vê por seres uma rapariga antiquada nos gostos, nas vestes e nos sorrisos. na forma como lidas com os outros e como os tratas, envoltos em sorrisos e mantas de crochet. és feliz com todas as bolinhas que compõem a tua indumentária diária e até a tua festa de 30 anos. És feliz também com todos os pares de meias que tens trocados e que espreitam nos teus pés durante o inverno quando, tão raramente, usas calças.
és tudo isso e és também uma boa surpresa quando o telefone toca porque me dói o pé e oiço a tua gargalhada.
um beijinho.
Rita