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30 dezembro 2014

2014

se tivesse de nomear uma palavra que descrevesse este ano, diria
exigente
foi um ano exigente.
na palavra exigente cabe tudo: as dimensões opostas do espectro. o doce, o amargo, o vento e o calor.
foi um ano exigente, porque exigiu de mim, dos que estão à minha volta, dos dias, da cabeça e do coração. exigiu horas a mais, paciência a dobrar, respirar fundo, decisões importantes.
foi o ano em que ele se foi embora, descansar num lugar mais calmo, longe daqui. tão longe daqui.
o ano em que fiquei sem o meu primeiro herói.
o ano em que percebi que a saudade de quem já não volta nunca se cura. pelo contrário, cresce, porque o espaço temporal entre o agora e a última vez que se esteve, só aumenta.
e foi o ano em que aprendi que nos habituamos a viver com isso. no bolso do peito, connosco para todo o lado.
foi um ano exigente.
foi o ano de abrir portas fechadas. escancarar janelas e sacudir o pó de gavetas antigas, cheias. tão cheias. e descobrir lá dentro o que se trancou uma vida inteira. o que nunca se quis.
e depois, deitar fora o que não é preciso, guardar o que faz falta. 
foi um ano exigente. 
o ano em que fiz 30 anos. 
o ano em que me casei. [ com o Homem mais bonito, generoso e brilhante que existe.]
o ano do dia mais feliz das nossas vidas, com todos eles, os do nosso coração, de lágrimas ao canto do olho por nós. a dizer-nos que sim, num dia tranquilo à beira-mar. 
o ano de partilha e o ano de sentir cá dentro que a família se faz das pessoas que quisermos. 
o ano de mais trabalho, tanto trabalho. das noites do sono profundo, cansado. frustração.
foi um ano triste-às-vezes. um ano de lágrimas-às-vezes, de desespero-às-vezes. 
e feliz. tão feliz.
e cheio, grande, enorme.
e rápido, veloz como o vento.
mas bonito, tão bonito.
foi um ano exigente.

vem aí um novinho em folha.
respira fundo.
olha em frente. 

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